04/03/06

mAMA

Pode-se dizer que dois tipos de pessoas podem escrever sobre futebol: os fanáticos, que raramente conseguem mostrar discernimento, e os críticos que, para além do desconhecimento total daquilo que falam, são desprovidos de qualquer sentido de ironia. A minha dificuldade é esta: não consigo encontrar o tom certo para escrever sobre uma coisa tão instintiva como o jogo da bola. O defeito é inultrapassável, sou apenas um adepto que inveja os dotes de escritores como Javier Marias ou Ruy Castro, ou ainda esse fenómeno do mundo futebolístico que é Jorge Valdano: de futebolista médio com a sorte extrema de ter calhado jogar na mesma selecção de Maradona (com maiúscula) a dirigente falhado do clube mais desinteressante do mundo (o Real Madrid das estrelas oclusas e mimadas), a lírico cronista perdido numa selva de brutos sensíveis. Nem vou referir aqui o nosso maradona, injustiçado fanático e cronista que, neste momento, é alvo de uma campanha sem precedentes na blogosfera, a mAMA. Há causas que valem a pena. maradona no Mundial!

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