Quando se chega à idade adulta, convém que se tenha em devida altura preparado um papel para a nossa vida. Podemos até treinar antes. Comprar umas roupas. Mimar gestos. Imitar quem admiramos. Sem querer fugir muito ao cliché, é necessário ter à mão as necessárias máscaras para o dia-a-dia. Mas ninguém pode prever a mais exigente necessidade: a ocupação do tempo, para que ele não se torne uma série infindável de números acumulados sobre o passado, como insectos presos numa teia. Ninguém antecipa as artimanhas de que precisamos para escapar à invisível aranha. Corremos o risco da lentidão, no entanto quase sempre nos movemos em excessiva velocidade. Exageramos na importância dada à relatividade na sua relação com o tempo.
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