Há quem lembre o exemplo da traição napolitana no Itália 90. Que isto do patriotismo futebolístico pode suportar excepções à regra. Mas falamos de alhos, portanto esqueçamos os bugalhos. Por muito que seja incomprensível que Scolari relegue Quaresma e Moutinho para os sofás de casa, promovendo no seu lugar - previsivelmente - Boa-Morte e Hugo Viana, não se trata da mesma coisa. Os napolitanos apoiavam um deus maior que, por um acaso do destino - para o caso, uma passagem falhada por Barcelona - aterrou na cidade do sul de Itália. Não era por razões de ressentimento, apenas de um fervor que ultrapassava em muito o fenómeno futebolístico. Scolari prepara o Mundial arregimentando um conjunto de jogadores em quem confia, desprezando a pura e isenta avaliação de cada um. Isto é, arrisca-se a levar maus e a deixar bons. Não é claro, no entanto, que resultados a estratégia vai trazer. Uma consequência imediata, todavia. Já conta com a minha antipatia, assim como, desconfio, com a da maior parte dos portugueses. Treino de bancada à parte, é preciso dizer que é uma burrice não levar o melhor jogador do campeonado português ao torneio da Alemanha. Que razões servem os interesses de Scolari ao não convocar Quaresma?
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