No limite, não há sabedoria que não seja zen. O aforismo ocidental tenta concentrar esperteza e rapidez de raciocínio - mas consegue apenas atingir o estado de witt, indispensável em convívios de outros tempos ou conversas de agora, ineficaz em termos de profundidade de pensamento. O aforismo zen alude sempre a algo que as palavras não dizem - a verdade que se esconde no ritmo do verso, a superfície clara de um lago de águas turvas. Digamos que o aforismo é um vício pós-moderno e a sabedoria zen é intemporal - a intensidade que concentra as multiplicidades essenciais do mundo.
[Sérgio Lavos]
1 comentário:
por essas e por outras é que a partir de certa altura comecei a gostar cada vezmenos de aforismos e mais dos haikai.
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