A sofisticação low tech de realizadores de clips como Spike Jonze ou Michel Gondry teve um percursor em Stephen Johnson. E quem é Stephen Johnson? Eu respondo, com outra pergunta; quem, tendo crescido nos anos 80, não se lembra do vídeo de Sledgehammer, de Peter Gabriel? Pois, é impossível escapar, goste-se ou não do ex-vocalista dos Genesis (o horror, o horror). Ora bem, Stephen Johnson não realizou muito mais vídeos; e, entre eles, o meu preferido é Road to Nowhere, dirigido em parceria com David Byrne.
O trabalho é um compêndio de uma cena artística: as insinuações arty remetem de imediato para uma década, a de 80, e para um local, Nova Iorque. O vanguardismo insinua-se, evocando várias técnicas da arte das décadas anteriores: o estilismo pop à Andy Warhol, o cromatismo da arte de rua, a action painting de Jackson Pollock. Se juntarmos a isto o kitsch dos símbolos norte-americanos - o deserto, as igrejas evangélicas, o gospel - temos um retrato mais ou menos fiel do que poderia ser a América. E, sobretudo, do que poderia ser a ideia que a cena artística de Nova Iorque tinha da América.
E, claro, a música dos Talking Heads; tão desviante e referencial como o vídeo. Por vezes, uma boa ideia é tudo.
O trabalho é um compêndio de uma cena artística: as insinuações arty remetem de imediato para uma década, a de 80, e para um local, Nova Iorque. O vanguardismo insinua-se, evocando várias técnicas da arte das décadas anteriores: o estilismo pop à Andy Warhol, o cromatismo da arte de rua, a action painting de Jackson Pollock. Se juntarmos a isto o kitsch dos símbolos norte-americanos - o deserto, as igrejas evangélicas, o gospel - temos um retrato mais ou menos fiel do que poderia ser a América. E, sobretudo, do que poderia ser a ideia que a cena artística de Nova Iorque tinha da América.
E, claro, a música dos Talking Heads; tão desviante e referencial como o vídeo. Por vezes, uma boa ideia é tudo.
[Sérgio Lavos]
Sem comentários:
Enviar um comentário