Surgem sempre bandas que, com uma ou outra música, nos fazem dar mais atenção ao hype, mesmo que a vontade seja de ignorarmos aquilo de que toda a gente fala. O cemitério dos hypes, de resto, abriga cadáveres mais belos do que muitos vivos que ainda hoje são famosos. O primeiro hype a que dei atenção, por exemplo, foi o shoegazing, e ouvir hoje My Bloody Valentine continua a fazer sentido; teria sido pior se tivesse ignorado o hype.
Aqui há uns 8 anos, também dediquei muito do meu tempo a um álbum fantástico, de uma banda que deverá ter atingido o seu auge criativo ali: os Mercury Rev. Deserter's Song, é claro que sobreviveu, eles continuaram, mas a fama desapareceu. O facto de uma música deste álbum ter sido usada pela Optimus, no seu aparecimento, não é, evidente, fenómeno a desconsiderar no sucesso transitório. Percorrer o espaço entre margem e corrente principal pode, portanto, ter a ver com, fundamentalmente, vender a alma e a integridade artística a uma empresa de telemóveis; ou será que a promoção da música pode admitir esta transigência artística? A música ignora sempre a dúvida ética. E Deserter's Song, na sua planura etérea que vai beber directamente ao psicadelismo dos anos 60, continua a brilhar de tempos a tempos no meu leitor de CD's (ainda não me livrei dele).
Tudo isto a propósito de quê? Do novo hype, directamente de Brooklin para o mundo (novamente). Para não deixar a tocar Vampire Weekend, que são bons, nem Yeahsayers, que também se ouvem bem, deixo os MGMT, uma banda de 1968 (queriam eles) que apenas agora foi descoberta. Muitas derivações sintéticas, melodias místicas e saturação sónica acompanhadas aqui e ali por um meneio de ancas ao estilo de Mick Jagger. Do mesmo produtor dos Mercury Rev e Flaming Lips, Dave Fridmann, a criação do momento, Time to Pretend, com uma letra vagamente inspirada em Almost Famous, o filme de uma geração - a hippie, claro, basta olhar para a roupa dos MGMT. Nada de novo na frente ocidental; a reciclagem é obrigatória.
Tudo isto a propósito de quê? Do novo hype, directamente de Brooklin para o mundo (novamente). Para não deixar a tocar Vampire Weekend, que são bons, nem Yeahsayers, que também se ouvem bem, deixo os MGMT, uma banda de 1968 (queriam eles) que apenas agora foi descoberta. Muitas derivações sintéticas, melodias místicas e saturação sónica acompanhadas aqui e ali por um meneio de ancas ao estilo de Mick Jagger. Do mesmo produtor dos Mercury Rev e Flaming Lips, Dave Fridmann, a criação do momento, Time to Pretend, com uma letra vagamente inspirada em Almost Famous, o filme de uma geração - a hippie, claro, basta olhar para a roupa dos MGMT. Nada de novo na frente ocidental; a reciclagem é obrigatória.
[Sérgio Lavos]
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