02/02/07

The Good, the Bad and the Queen

Não há muitos heróis que tenham sobrevivido ao declínio da britpop versão anos 90, mas se tivermos que apontar um nome que continue a resistir às areias do tempo, terá de ser Damon Albarn. Quem, desde o início, achou os Blur herdeiros de uma costela decente da música britânica, que ignora a pose laddish da maior parte dos projectos surgidos nas ilhas britânicas, e não me estou apenas a referir aos Oasis, a banda mais imbecil - no sentido de não aproveitar os méritos que, num dia bom, pode apresentar - da pop inglesa, apenas pode sentir um apelo de ternura perante o caminho que Albarn trilhou desde os anos 90. É bonito de se ver, muitos que sempre desprezaram os sons dos Blur, tecerem loas aos Gorillaz e agora aos The Good, the Bad and the Queen. Nem vale a pena falar do bom-gosto na escolha dos amigos que o acompanham, que isso é uma qualidade que qualquer socialite minimamente responsável pode adquirir; o fundamental são as canções, e o principal responsável de tanto caso de sucesso na composição é Damon Albarn. Depois do adeus à segunda metade criativa dos Blur, Graham Coxon, que se tem esforçado por mostrar que não basta ter bom gosto e talento para tocar guitarra para ser um grande músico, Albarn arrancou para a aclamação crítica, com ou sem reticências.
Para ouvir durante os próximos tempos (ali do lado direito), 80's Life. Um doce retro para degustar com vagar.

[Sérgio Lavos]

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