13/02/07

Arcade Fire

É claro que a principal razão dos Arcade Fire serem tão bons é explicada pela genética. Esqueçam os genes perdidos dos Abba e de David Bowie, ou até mesmo dos New Order. O património dos Arcade Fire é maioritariamente herdeiro dos pais Pixies. Eles disfarçam. Conseguem escrever uma canção que junta nos seus quatro minutos múltiplas referências que se cruzam até o som ganhar uma espessura de uma originalidade decisiva. Mas deixem-me ser óbvio: o "Hey" gritado por Win Butler apenas pode ser uma citação directa de Black Francis. O resto da música, mesmo a bateria tocada ao estilo de Stephen Morris dos tempos dos Joy Division, metronómica e reverberativa, vai crescendo e afastando-se da base parental, mas isso é apenas normal - todos os filhos, mesmo os dilectos, se querem diferenciar dos pais. A tocar durante os próximos tempos, (provavelmente) a melhor banda dos anos 80 e o seus descendentes nesta década.

(Note-se que a versão de No Cars Go é a que está no EP - a versão do álbum tem arranjos diferentes, menos crus. Ainda não decidi de qual é que gosto mais.)

[Sérgio Lavos]

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