Ainda ando por lá. Como era de prever, demoro mais tempo do que tinha pensado. O tempo e a sua relatividade não são para aqui chamados; mas passados dois meses, não serei o mesmo. Contudo, passou apenas meio dia em Dublin - e várias linhas narrativas se cruzaram, avanços e retrocessos, memórias e devaneios, caos ordenado pelas frases perfeitas de Joyce. A ordem nasce do rigor sintáctico. Do ritmo das frases, da fonética. O sentido é por vezes incerto - ou assim parece ao leitor, a quem não vive dentro da cabeça do narrador - mas o texto nunca deixa de respirar, de fluir. Frases curtas, onomatopeias e canções. E os diálogos, resgatando da abstracção o texto, dublinescos, verdadeiros.
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