25/04/08

Um poema

a manhã sacode os lençóis
sobre metais distraidamente preciosos
pede ajuda ao vento
que ele te joeire o melhor trigo
comê-lo-ás saudando o sol de frente
o rosto cavado a terra benévola
desfere aí o golpe
e não fiques à espera do dilúvio
quem é que não voa
depois de triturada e chupada a medula
para o esquecimento de uma montanha?

Sérgio Pereira, in Istmos e Hordas, edições TOMAHAWK, 1997

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