Descontando os eventuais méritos políticos de Nicholas Sarkozy, anda por aí gente entusiasmada por ele ter, sejamos claros e javardos, engatado uma gaja irrepreensivelmente boa, a Bruni, de primeiro nome Carla. Faz-me pena ver a inveja desta gente, e faz-me pena também ver o político que atiçou meio país com uma afirmação de calculada piromania (a "rocaille") fotografado em tudo quanto é jornal e revista cor-de-rosa e jornal e revista menos cor-de-rosa (no Libération, é semana sim, semana também), acompanhando de uma mulher que, claramente, não é do seu campeonato.
Para começar, a diferença de alturas: ora, é ver a Madame Bruni de saltos rasos e casaco a imitar uma Jackie Kennedy extemporânea e o pobre do arménio de sapato de tacão reforçado, para de imediato imaginar o impacto que este homem teria caso não fosse presidente de um país que ainda não percebeu que já não poderá recuperar a glória perdida. Só me lembra Tom Cruise e Nicole Kidman, o que desde logo é péssimo sinal; ou não corressem os boatos sobre o actor que correm. A imprensa inglesa divertiu-se à grande, nos Dia das Mentiras, à conta de esta "ligeira" discrepância entre Sarko e Bruni; a notícia de que Monsieur le Président estaria a fazer um tratamento que visaria esticar as articulações para ganhar alguma altura e diminuir a diferença para a Primeira-Dama é, por si só, hilariante e humilhante; para Sarkozy, claro.
Mas não termina aqui o calvário calculado de Sarkozy. A avaliar pela sua ex, Cecilia, ele sofre claramente de um complexo que costuma atingir muito homem ao longo da vida: a busca incessante de uma mulher modelo, vulgo usar e deitar fora e voltar a escolher outra mulher exactamente com as mesmas características físicas; dito de outra maneira, Sarkozy está sempre a comprar o mesmo broche para espetar na lapela. Ora, esta patologia indica duas coisas: falta de imaginação e uma culpa por ter terminado com a mulher anterior; assim como medo de arriscar, o que não me parece muito condizente com uma carreira política. Os jornalistas é que vão vogando na onda, aproveitando a novela em que se tornou a política francesa actual - recordando também a derrotada Ségolene, ex-candidata a primeira presidente francesa; até nisto os EUA podem bater a neurótica França.
Posto isto, expliquem-me lá a razão de tanto fascínio por tal homem. A direita rejubila, mas exactamente com quê? É que nem vamos lá com a política (penso que é disso que ainda estamos a falar); grande parte das primeiras medidas tomadas por Sarkozy foi no sentido do proteccionismo económico, velha prática dos governantes franceses, da esquerda de Mitterrand à direita de Chirac. E nem a Bruni safa Sarkozy (segundo uma sondagem, o casal famoso com mais probabilidades de não durar muito). Eu, por mim, prefiro a irmã, Valeria Bruni; excelente actriz, realizadora estimulante (Mais Depressa Um Camelo...), mulher dona de uma beleza tão discreta como a sua personalidade. Que Sarkozy faça bom proveito; escolheu a irmã errada - o que, sendo quem é, não surpreende.
Mas não termina aqui o calvário calculado de Sarkozy. A avaliar pela sua ex, Cecilia, ele sofre claramente de um complexo que costuma atingir muito homem ao longo da vida: a busca incessante de uma mulher modelo, vulgo usar e deitar fora e voltar a escolher outra mulher exactamente com as mesmas características físicas; dito de outra maneira, Sarkozy está sempre a comprar o mesmo broche para espetar na lapela. Ora, esta patologia indica duas coisas: falta de imaginação e uma culpa por ter terminado com a mulher anterior; assim como medo de arriscar, o que não me parece muito condizente com uma carreira política. Os jornalistas é que vão vogando na onda, aproveitando a novela em que se tornou a política francesa actual - recordando também a derrotada Ségolene, ex-candidata a primeira presidente francesa; até nisto os EUA podem bater a neurótica França.
Posto isto, expliquem-me lá a razão de tanto fascínio por tal homem. A direita rejubila, mas exactamente com quê? É que nem vamos lá com a política (penso que é disso que ainda estamos a falar); grande parte das primeiras medidas tomadas por Sarkozy foi no sentido do proteccionismo económico, velha prática dos governantes franceses, da esquerda de Mitterrand à direita de Chirac. E nem a Bruni safa Sarkozy (segundo uma sondagem, o casal famoso com mais probabilidades de não durar muito). Eu, por mim, prefiro a irmã, Valeria Bruni; excelente actriz, realizadora estimulante (Mais Depressa Um Camelo...), mulher dona de uma beleza tão discreta como a sua personalidade. Que Sarkozy faça bom proveito; escolheu a irmã errada - o que, sendo quem é, não surpreende.
[Sérgio Lavos]
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