O tédio é uma forma de esvaziar a vida da sua importância. Como se cada minuto passado a pensar no que se há-de fazer não fosse um minuto desperdiçado, um minuto que deveria ser ocupado com uma das inúmeras actividades que fomos inventando para preencher o tempo que nos foi oferecido. Por outro lado, o tédio pode ser também uma bela ocupação do tempo. Procrastinar, pensar no que fazer a seguir, meditar nas coisas em que o nosso tempo não será ocupado. Tornar o tempo numa cadeia autofágica, engolindo-se na sua própria inutilidade. Ou, quem sabe, perder esses minutos a escrever sobre isso. A vida, afinal, não é importante. Tédio puro.
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