Não sei onde terei lido que Ozu era o cinema. Se alguém o disse, consegue-se perceber porquê; nele, as imagens são a verdadeira história que está a ser contada. O que não sabemos, o que as personagens não dizem, vive nas imagens. Ozu é o cinema, no sentido em que o cinema é arte das imagens e do tempo que nelas se representa, e talvez não seja acaso que fosse japonês; o que está oculto é sempre mais importante do que aquilo que é revelado. No meio da paisagem saberemos encontrar o que se disfarça - como o comboio emergindo da floresta, em Bakushû.
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