16/10/11

Laços

Reencontro familiares que já não via há perto de vinte anos. Os rostos envelhecidos espreitam-me de um sonho. Os meus recorrentes sonhos sobre a infância e a adolescência, os sonhos dos lugares a que não poderei voltar - sabemos que ao passado não se pode regressar. Há contudo uma alegria, uma breve percepção de alegria, no reencontro: a pele gasta e as rugas não escondem a expressão que eu conhecia. Volto a vê-los e é como se os vinte anos tivessem sido um sonho. E as vozes, são também as mesmas. Fantasmas vivos, que conversam, ouvem e riem.
Não sei ainda se fiz mal em me afastar deles ou se fiz bem, para os poder recuperar numa idade em que finalmente consigo valorizar os laços de sangue. O amor, mais ou menos manso, que nos ensinam desde o nascimento.

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