O amor que temos aos desconhecidos de quem aprendemos a gostar - os poetas, os cineastas, os músicos, os artistas, os professores das coisas vãs e fúteis que são a matéria da vida - tem uma natureza diferente do amor pela família próxima ou pela mulher que nos escolheu amar de volta. Mas nem por isso é um amor inferior ou menos importante. O que somos, o que nos constitui, tem tanto a ver com pessoas como com os objectos artísticos que nos deslumbram. Sentimos tanto a distância dos nossos mestres como das pessoas com quem vivemos os anos da nossa vida. Mais claro: amamos quem nos ama de volta mas também quem, criando, nos ensina a amar o mundo. E quando os mestres se vão, a dor é funda.
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