Dói-me tanto a possibilidade de um dia não celebrar novo livro de Herberto Helder. De um dia não poder encontrar novos poemas, e saber que novos poemas não poderão ser encontrados. Nunca mais. Também terei a certeza de que sonharei com os poemas que ele perdeu numa viagem suburbana, o livro que nunca escreveu, nunca chegou a ser. Tenho saudades agora, saudades do que não vou poder ler quando Herberto deixar de escrever. Não consigo conformar-me com o que tenho. A desolação é mais certa do que o presente. Herberto não continuará a escrever.
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