05/07/12

Medo

Somos inseparáveis da nossa ferocidade. Nada do que façamos nos permitirá exorcizar a natureza animal que nos estrutura. Odiamos porque lutamos, e lutamos porque somos. E não deveremos esquecer: na Natureza, os fracos morrem cedo e não deixam descendência. Se os fracos agora vivem até tarde, foi porque a razão e o engenho humano ultrapassaram os limites da Natureza, e a doença deixou de matar cedo quem nasce exposto à fraqueza. A ciência destruiu a ordem natural das coisas. Será por isso que nunca estivemos tão perdidos, afastados de um divino que nunca deixou de ser o outro rosto do medo. O outro rosto do mundo.

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