Voltei a ouvir Nevermind, alguns anos depois - dois, três - e vou gostando cada vez mais da bateria de David Grohl, e portanto cada vez gosto menos de Bleach, que tem mais raiva mas menos atitude do que os álbuns posteriores dos Nirvana, em parte - grande, grande parte - porque Grohl ainda não fazia parte da banda. Devo dizer que o texto de Vítor Belanciano para o Ípsilon de sexta é dos melhores que eu já li sobre Kurt Cobain, o único lido num jornal - com limite de caracteres incluído - que consegue aproximar-se do que terá sido o fenómeno.
Os Nirvana, são, sobretudo, Nevermind, e Nevermind é, sobretudo, Smells Like Teen Spirit, que é, para além da música, o video, dirigido por Samuel Bayer. Numa altura em que parece que a maior parte dos adolescentes focou os seus interesses em produtos plásticos de terceira categoria, histórias de vampiros e bandas nu-metal requentadas, filmes gore com sangue e violência filmados como se fossem um piquenique de domingo à tarde - estamos tão longe dos filmes de terror com mensagem de Wes Craven ou dos zombies de Romero - é bom lembrar, lágrima saudosista ao canto do olho - a falsa verdade - 4 real, como desenhou a lâmina no braço de Richey "Manic Street Preachers" Edwards - dos Nirvana, os milhões de adolescentes que, durante alguns anos, acreditaram num tipo que não fingia o sofrimento e a rebeldia; o contrário de uma estrela rock, como escreveu Vítor Belanciano, um mártir. Em vão.
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