Ben Affleck confirma ao terceiro filme ser mais realizador do que actor. Argo não é uma obra-prima, mas há cinema por ali, e sobretudo alguma bastante louvável cinefilia. Não só pela evocação de Hollywood a que a história obriga, mas também pelas citações que Affleck faz, a filiação no lado luminoso da força. Cinema político dos anos 70, na linha das experiências na realização do amigo George Clooney, mas filmado com mais nervo e certeza do que este, revelados sobretudo no domínio do suspense - a sequência final, suportada por uma montagem paralela tão nervosa quanto precisa, é exemplar, mesmo se às custas de alguma verosimilhança. E há ali qualquer coisa que poderá levar a que os próximos esforços sejam ainda mais efectivos. Clint Eastwood é único, mas há histórias que se podem repetir.
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