O Verão dá sempre um passo em falso, um aviso, antes de chegar. Uns dias de calor, manga curta, as primeiras imperiais para matar a sede - os decotes, as saias, o cheiro a protector solar. Depois, regressa a chuva ou uma nesga de frio escapado do Inverno que passou. O ritmo regular das estações é um conforto miserável, uma promessa de derrota inevitável - dá vontade de quebrar o ciclo, quando chegamos à idade em que o tempo já não é algo que regressa, mas sim um atirador furtivo que vai matando as possibilidades da juventude. Alegre com o Verão retrocedendo, espero a sua reentrada triunfal e assim antecipar o verso de Ruy Belo, perceber que é a única estação.
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