Música com punch massacrante, bateria a rasgar e um baixo denso e pujante, guitarra ácida. Melodias sacadas aos Beatles. Os Queen of the Stone Age são os herdeiros pop dos Kyuss, a primeira banda de Josh Homme. Parentes afastados do grunge mais pesado, via Mark Lannegan, o líder dos Screaming Trees, uma das bandas citadas por Kurt Cobain, e via Dave Grohl, baterista no álbum Songs for the Deaf. Há quem prefira Rated R, e eu percebo: é um álbum mais equilibrado e mais descontrolado, com adrenalina, anfetamina e coca à mistura. Mas "Songs" tem as duas melhores músicas dos QOTSA: Go with the flow e No one knows. Canções cumprindo o cânone pop dos três, quatro minutos, variações de ritmo fantásticas, o imediatismo de um refrão matraqueado até não sair da cabeça. Precisamos de exorcizar a calma com que estamos a encarar esta merda de país, esta merda de capitalismo. Precisamos de violência. Pode começar na música? Não sei, mas tem de começar por algum lado.
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