09/02/11

Uma memória

Pinheiros, fetos, húmus, a luz aprisionada na vegetação. A memória que foi substituída por esta imagem parece nada ter a ver com a presente: aquela porção de terra era em tempos uma vinha, de um lado, um terreno de cultivo ocupado durante metade do ano por milho e feijoeiros e por pasto durante a outra metade, do outro lado. As vides foram arrancadas ao barro - que tão difícil era de cavar, quando chegava o tempo - e semeou-se pinheiros, plantou-se eucaliptos. Agora é outra terra, uma memória nova. E eu já não tenho a certeza se alguma vez esteve ali uma vinha; milho; terra livre. Não sei se acredito no que agora já não posso fotografar.

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