Também leio Dublinesca esperando encontrar o capítulo recusado a Carlos Vaz Marques por Enrique Vila-Matas para servir de prefácio a Nova Iorque, o livro do irlandês Brendan Behan. O editor Samuel Riba é alcoólico, é-nos dito logo nas primeiras páginas, e Vila-Matas, como explica Vaz Marques na apresentação do livro de Behan, escrevera uma crónica sobre este que queria usar no seu próximo livro, e por isso não a emprestava. E o livro é este. O cruzamento de leituras resulta de um simples acaso. Comecei a ler hoje Vila-Matas porque tinha pela frente uma hora de almoço solitária. Behan anda na minha mochila, e está quase a terminar. Muito ritmo de escrita, vontade de contar histórias, conversas de bêbedos, coloridas descrições das pessoas que passam por Nova Iorque. Nenhum rasgo - mas já me convenci de que por vezes vale a pena ler coisas menores para que o deslumbre da grande literatura seja mais marcante, como um clarão de que ainda se vê um rasto no passado.
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