22/08/13

Liberdade

Deus fica de fora. De cada vez que mais uma tragédia é conhecida, repete-se: o mundo foi abandonado, o ser humano foi deixado ao seu livre arbítrio. É cómodo. Comodista. Confortável. O ser humano deixado ao seu livre arbítrio mata, fere, tortura, provoca sofrimento e o pior a que pode ser sujeito é um castigo terreno mais ou menos rápido e a promessa de que poderá haver um Inferno para castigar os seus pecados. Pouco, muito pouco. O livre arbítrio é o salvo conduto para a concretização dos piores instintos humanos - que nada têm que ver com a natureza animal do Homem. O contrário disto - não haver realmente determinação em tudo o que fazemos - é ainda pior; como se Deus, na sua divina crueldade, determinasse que seres matam, que seres ferem, que seres torturam. Abandonemos Deus, como ele nos abandonou em tempos. Nenhuma existência suporta um mundo que deixa os homens abandonados à sua sorte.

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