02/09/12

Mal

Não sabia o que é verdadeiramente uma crise até sentir que este é o estado natural dessa coisa a que se chama viver. A crise perpétua, tomada de empréstimo a Kant, é uma expressão que me serve para já na perfeição. Crise perpétua, de onde não se consegue escapar, de onde talvez não se queira escapar, sobretudo pelo esforço que essa fuga pode representar. E, como penso nisso, permanece, sobe e desce, inspira e expira, engana-me por momentos e depois volta, implacável. Talvez me habitue a ela, quando perceber o conforto que a derrota me pode trazer. Até lá, sobressalto eterno. Mal sabia eu o que ainda tinha para sentir.

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