30/07/06

O amigo israelita

No dia em que descubro por onde anda Alexandra Lucas Coelho - entrevistando exilados libaneses em Portugal, do modo a que ela me habituou, dando a conhecer uma realidade que os defensores cegos de Israel preferem não saber que existe - um massacre mais, um mais, repito. Os sessenta e tal mortos, crianças incluídas, mais não são do que a continuação do absurdo. Se lermos nas entrelinhas as palavras dos libaneses, hoje na Pública, percebemos a dimensão da incompreensão e da ira que vai crescendo no mundo árabe - árabe, sublinhe-se, não exclusivamente islâmico. Se este é mais um movimento no dominó democrático preconizado pelos burocratas das salas climatizadas de Washington, os meus sentidos parabéns pelo lindo serviço. Por cá, os cães-de-fila cibernéticos continuam a babar a sua sanha para cima dos teclados, a milhares de quilómetros do calor do massacre. Não me surpreende a fidelidade da direita. Já a de alguma esquerda deixa-me estarrecido. O benefício da dúvida caiu hoje por terra. Arrasado pelos mísseis cegos do amigo israelita.

[SL]

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