26/06/13
Joana Vasconcelos, o kitsch e o poder político
21/09/10
02/07/10
12/11/09
A Luz Fraterna

02/01/09
A arte e os seus críticos

15/11/07
NADA 10

Novo número para a revista NADA:
. A geração de 60/70, as metamorfoses da política e os dilemas da tecnociência, entrevista a JOSÉ LUÍS GARCIA por Helena Jerónimo e João Urbano
. Intersecções, confrontações, apropriações, incorporações, comparações, relações: A arte biológica vista do laboratório, LUÍS GRAÇA
. E o elevador irrompeu em direcção ao céu,atravessando as nuvens, rumo ao infinito…, SUSANA VENTURA
. Irene Izes, JOÃO OLIVEIRA
. Incontornável, A DASILVA O
. Estudos Culturais e Formas de Arte Pós-Moderna:Os Novos Movimentos Sociais?, BYRON KALDIS
. A Construcção Política da Esperança Colectiva, DANIEL INNERARITY
. O futuro começa agora, entrevista a RUDOLF BANNASCH por Paulo Urbano e João Urbano
. A Máquina Desejante de João César Monteiro SUSANA VIEGAS
. Birland & Balde de FACS, ADAM ZARETSKY
. Reflexões SILVA CARVALHO
. O Homem sem Bagagem JOÃO URBANO
[Susana]
24/10/07
MACE
Um recente passeio pelo norte do Alentejo levou-nos a Elvas guiados pela curiosidade em ver a colecção de António Cachola no MACE que desde Maio ocupa o espaço da Misericórdia de Elvas. Depressa a vontade esmoreceu: ao contrário do que indicava o site do museu, a exposição encerrava às 18h e não às 20h, contratempo que nos permitia cerca de 1 minuto para circularmos pelas salas. Explicada a obtenção de informação desactualizada no site (era Domingo e a alteração vinha de 4ª feira...) e graças à boa vontade dos funcionários, foi possível fazer uma visita relâmpago à exposição. Olhando para o conjunto de artistas, reparo que metade estão ausentes, talvez emprestados a outros museus ou exposições, talvez guardados à espera da sua vez.
Fez-se notar a ausência de algumas obras, nomeadamente, A Noiva, de Joana Vasconcelos, que rumara para Nova Iorque. No entanto, era forte a sua ausência na sala do Consistório onde se via ainda o grampo deixado no tecto. Este facto revela-se positivo: ainda assim, a sua ausência permitiu imaginar o contraste interessante que terá havido entre A Noiva, lustre feito de tampões OB, e os azulejos azuis e brancos da 1ª metade do séc. XVIII que cobrem as paredes da sala, e questionar, não só o valor das obras da arte contemporânea, mas os elevados níveis de sucesso que alguns artistas portugueses alcançam e que, parece, se multiplicam por todas as bienais e exposições. Este é, aliás, um problema clássico neste tipo de colecções exclusivas de arte contemporânea. Como o tempo é bom conselheiro, só a sua passagem irá permitir a imprescindível sedimentação dos objectos expostos, distinguindo o objecto decorativo, por vezes um produto fraudulento do marketing, das obras de arte, as que sobrevivem ao nome do artista, como testemunho da própria função educativa dos museus, salvaguardando o acumular de tralha.
[Susana Viegas]
26/09/07
Arte

Olhamos o artista: parece-nos louco. Contudo, sabemos (se tivermos coragem para isso) que a loucura é outra forma de recusarmos a viagem, a entrada no caos. A ordem aparente do mundo, perfeita coisa mental, para que se possa viver.
Entramos em museus, olhamos as imagens nos livros, para quê? Para, através dos olhos do artista, espreitarmos o caos que nos governa. Aquele que, para lá das portas do museu, tentamos a todo o custo não ver. Que nos governa.
(A pintura é de Paula Rego, e intitula-se "o celeiro")
[Sérgio Lavos]
17/07/07
Edit!
[Susana Viegas]
26/06/07
Days of Heaven

[Susana Viegas]
04/06/07
Arte e imanência (3)
E o tempo, lá está, fugiu-nos de debaixo dos pés. Não foi preciso nenhum Einstein para provar isto. O regresso a um tempo mirífico que Nietzsche perseguiu durante toda a vida contemplava não só um movimento em direcção a um tempo que passou (o tempo dos antigos), mas também um movimento em direcção a um futuro provável. A actualização desse tempo não foi possível. Mas serviu de prenúncio para o século em que o tempo deixou de fazer sentido. Um mundo sem Deus é um mundo que corre fora do eixo do tempo. Não se trata aqui de "desacreditar o tempo". Já houve alguém que fez esse trabalho sujo. Nos últimos cem anos, nenhuma teoria conseguiu inverter o curso da História - regressamos a uma era que nunca existiu, a era de Dioniso - mas apenas porque alguém falou disso em tempos. As palavras produzem o tempo - "e a luz fez-se". "Precisamos da tabela cronológica"? Apenas porque não temos mais nada a que nos agarrar.
Mas falávamos de arte. Julgo que as minhas contradicções não são apenas um exercício de estilo (mas já nem sei até que ponto é que eu acredito nisto). Se reparar, quando eu escrevo que "o passado já não interessa" não quero afirmar que o artista não se interessa por quem o antecedeu. Não vou citar, mas insisto neste ponto: o que mais interessa ao artista é matar o pai, para poder criar a partir daí a sua obra, livre do peso da hierarquia. Criar é um exercício de liberdade, sempre absoluto. A "angústia da influência" é o cordão umbilical que, enquanto não é cortado, estrangula a critividade necessária para a produção de novidade, diferença. O "reconhecimento do passado" é operativo. A obra-de-arte é reacção e apenas se torna decisiva quando deixa de ser repetição e passa a ser diferença (Deleuze disse-o em vários livros). Ora, não existe nenhum catastrofismo nesta ideia de esquecer o tempo que passou. Vivemos fora do eixo do tempo (um suave exercício de loucura controlada) e por isso podemo-nos dar o luxo de deitar fora tudo o que evitamos repetir. O problema é que já não existem vanguardas. Quase tudo é repetição, emulação dos mestres. Todas as características associadas ao pós-modernismo (a paródia, a auto-citação, o pastiche, a intertextualidade) remetem para um passado, debicam nos cadáveres apodrecidos de antigos movimentos artísticos e teóricos. Há interesse neste estado de coisas? Como não, escrever num blogue este tipo de reflexão compromete o meu desprendimento. Não digo nada de novo. Mas não sou diferente de grande parte dos meus contemporâneos. Pós-moderno. Como um verso de Rui Reininho. Triste sina.
[Sérgio Lavos]
17/05/07
Arte e imanência (2)

[Sérgio Lavos]
13/05/07
Arte e imanência (1)

No interior do edifício, a obra de Carsten Höller, o escorrega, perdia a intensidade de obra-de-arte (duvido que a maior parte dos visitantes que pagaram para descer por ali soubessem que aquilo era uma instalação artística) para se reduzir a um objecto do quotidiano, exclusivamente utilitário. Parecia ser apenas um extra na oferta do museu: para além de arte, diversão.
[Sérgio Lavos]