Ouvindo pela milionésima vez o álbum "Is This It", dos Strokes, confirmo que grande parte do concerto de Sábado passado apoiou-se no poder das músicas de um dos melhores álbuns de estreia dos últimos anos - apenas aproximado por "Funeral", dos Arcade Fire. Ouvindo pela milionésima vez este álbum, percebo que devo ter assistido a um concerto que vai ficar gravado na minha história pessoal como muito poucos - mais dois ou três, no máximo. E isto não se deve ao facto de achar que, desde o primeiro trabalho, os Strokes são a banda desta geração que mais fez para contrariar o relógio da História da música pop, o esquecimento. Os primeiros, os que desde o início conseguiram produzir um som próprio, partindo de influências que foram capazes de conciliar até chegar a um híbrido original e excitante: o som Strokes. Podiam ter letras mais conseguidas, podiam, podiam não se aproximar tanto de modelos pouco recomendáveis - Queen e Guns'n'Roses -, podiam, mas a trituradora do revivalismo punk e pós-punk também aceita outras sonoridades mais, digamos, heterodoxas. Se não tivesse já escrito tantas palavras antes, escreveria apenas: grande, grande concerto. Rock, como quase todos os grandes concertos são.
P.S.: Valeu a pena sair de casa, hein, Pedro?
[SL]
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