21/01/08

Gato escondido

Comecei a ler um livro de um escritor português muito conhecido e traduzido. Leio por obrigação, mas admiti que podia, lendo, mudar de ideias a respeito do escritor. Duvido que mude de opinião. O monólogo interior depois de James Joyce está ao alcance de qualquer estudante de literatura que saiba escrever, portanto inspira piedade ver um escritor que visivelmente ignora as suas limitações praticá-lo sem parar e por vezes em frases mal escritas - para acumular banalidades sem interesse. Misturar dois ou três fios de intriga, não respeitar as regras tradicionais de pontuação só seria interessante se o assunto em si, o assunto do livro, fosse interessante. Não é interessante, é uma estopada. Histórias de famílias burguesas nem contadas para as caricaturar têm já qualquer interesse, prova-o o escritor. A burguesia portuguesa nunca teve qualquer interesse. Quem escreve sobre ela assim também não.

Quem será? Resposta aqui.

[Sérgio Lavos]

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