14/04/13

Warsazwa

Passagens para jardins
onde nenhuma planta cresce,
onde encontramos a soma
daquilo que nos foi pedido
reduzida a uma pilha de ensaios e mentiras.

Se nos dispomos a perder,
quando partimos,
que seja na solidão dos iludidos,
na sombra que nos retiram
e na memória do que não saberemos guardar.
Se oferecemos os despojos
a braços mais felizes do que sonhámos ser,
percorramos no silêncio a contrição
e a recusa, a derrota a que entregamos
o sangue e o desejo, o sopro
que anima a carne, o amor.

A nosso lado caminha o animal possível.
Vida que não lhe pulsa nas veias,
luz que não lhe sobe aos olhos,
fogo apagado pelo vento frio do tempo.

Animal sabendo que na vida vai morrer.

Sem comentários: