10/10/07

Literatura às postas

Bem servido, bem regado, como o bom bacalhau português. Carne suculenta, a escorrer azeite, virgem virgem, as postas bem dispostas sobre o prato, Philip Roth para aqui (7/1), Don de Lillo para ali (25/1), a acompanhar, bom vinho, boas postas, Murakami (5/1 [??]) com umas ervinhas aromáticas, digestão fácil, aperitivo levezinho, toma toma, e para prato principal, un Pinchonzinho (10/1), vai? acompanhado de um arrozinho malandro, escondidinho, um mimo, ou prefere um Vargas Llosa (20/1), tradicional, sabor de outro tempo, assenta bem no estômago, apesar da digestão complicada, e para segundo prato, un Ian McEwan (40/1)), no caso de ter preferido o Pynchon para primeiro, é mais suave ao paladar, ou então um Cormac (50/1), para ficar sem fome durante muito tempo. Para sobremesa, um Salman Rushdie (100/1) ou um Paul Auster (100/1), o primeiro pode ser servido acompanhado de um cálice de Joyce Carol Oates (9/1), óptima colheita, bebe-se de um gole, ou então de uma Margareth Atwood (20/1), complemento possível para uma dieta exótica - Adónis (14/1), David Malouf (50/1) ou Amos Oz (6/1). E no fim, um óptimo Bob Dylan (100/1), seco, perfumado, para fumar devagar ao som do silêncio - e olhe, aproveite e leia um livro; um Kundera (33/1), colheita vintage, de 1967. Bom proveito.

(Nunca: Murakami. Já: Don de Lillo. Daqui a uns anos: McEwan.)

[Sérgio Lavos]

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu Deus! Fiquei cheio.
Qualquer arrotinho e sai Tolstoi, pr'aí...

rvn