29/02/12

Carta do mensageiro

As minhas mãos não tocaram água desde que as tuas mãos,-
Não; - nem os meus lábios voltaram a libertar o riso desde o "adeus".
E, com o dia, a distância novamente
Interpõe-se entre nós, muda como uma concha desfeita.

Contudo, - muito se segue, muito perdura... confia apenas nos pássaros:
As asas de uma pomba fecharam-se sobre o meu coração a noite passada
Com uma suavidade urgente; e a pedra azul
Do anel da promessa tem brilhado desde então muito mais.

Hart Crane

In The Complete Poems of Hart Crane, ed. W. W. Norton & CO., 2001

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