Sigur Rós - Ágaetis Byrjun (2000)
E agora, para algo completamente diferente. Depois de Björk, a banda que aprendemos a identificar com a Islândia. Guitarra tocada como se fosse um violoncelo desafinado, sintetizadores etéreos, sons sinfónicos siderais, uma voz de sereia andrógina planando, uma língua inventada, indecifrável. Será tudo isto, mas a descrição é sempre insuficiente. A maior qualidade dos Sigur Rós é a capacidade de criação de ambientes - planícies geladas, fiordes descomunais, o mar revolto trazendo marinheiros a portos abandonados, histórias de amor entre humanos e seres quiméricos, o fogo arrefecido de antigos vulcões pulsando por baixo da terra. Esta música ancestral, que transmite mais sensações do que ideias, vai se infiltrando lentamente até se transformar numa vaga avassaladora, como um rio de magma arrastando rochas e detritos, lavando a terra das suas impurezas originais. Estamos num outro mundo, que transcende a música que o cria. Brilhante.
(vídeo aqui, excelente como todos desta banda)
Sem comentários:
Enviar um comentário