O mercado tem, no entanto, algumas vantagens. Permite que exercitemos o ofício da mineração, obriga-nos a encontrar pepitas fabricadas por alguns que ainda não cederam às leis selvagens do liberalismo económico. Por outras palavras, sem fru-fru de rendas, há quem ainda edite por gosto. Não é fácil encontrar por aí os livros da editora Livros de Areia (link para o site). Mas vale a pena. O design do site é impecável (e vale a pena procurar o trailer da próxima saída, de uma originalidade inédita por cá), os livros recomendam-se. Os autores publicados espelham, desconfio, o gosto dos editores. E a julgar pelos títulos, é um gosto exemplar. O livro de Eduardo Galeano sobre futebol passou ao lado do Mundial da Alemanha, mas não devia: é excelente. Rhys Hughes, um galês apaixonado por Borges, também é bastante legível. E neste momento leio o primeiro livro de Jeff VanderMeer (também ele editor nos E.U.A.), onde se cruzam os mundos de Kafka, Chesterton e Borges de modo original, o que, diga-se de passagem, poderia ser uma tarefa complicada, dada a sombra que tais figuras conseguem projectar. No site pode-se encontrar as livrarias onde estas obras estão disponíveis. A visitar.
[Sérgio Lavos]
[Sérgio Lavos]
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