Quem conhece a vida sabe que o seu ritmo não tem um compasso certo. Flutuações e desvios, abrandamentos e acelerações, incertezas, infortúnios e alegria. Mas a pergunta que devemos fazer não é se conhecemos a linha que a define, mas se conhecemos na verdade a vida, o seu rosto, o seu coração intenso? Deveríamos ser mineiros, martelando, escavando até encontrarmos o minério negro que habita na mais profunda noite, mas preferimos ser ilusionistas à frente de um espelho, criando a conjura e o próximo engano. Precisamos de quem nos roube o reflexo, de quem nos ajude a descobrir o mistério, a enfrentar o medo. Mas dancemos antes, até gastarmos a sola dos sapatos! No fundo do covil construído, a espessa vontade de veemência.
Sem comentários:
Enviar um comentário