Ossos e No Quarto da Vanda, só por si, fazem de Pedro Costa um dos grandes realizadores contemporâneos. Depois há Juventude em Marcha, a obra-prima que conclui a sua "Trilogia das Fontaínhas". Aqui vemos Vanda Duarte, espectro que assombra Ventura, fantasma de um bairro desaparecido. O fantasma real que habitou antes o bairro, capturado pela câmara de Pedro Costa. Em modo divino.
15/10/24
07/10/24
A nossa irmã mais nova
Os filmes de Hirokazu Kore-Eda são fantasmas que nos guardam durante muito tempo. Assombrações de beleza e humanidade.
21/09/24
O trabalho dos dias
O lavrador
cultiva a terra
e a terra oferece os seus frutos.
O pescador enfrenta o mar
e o mar devolve o alimento
de que o pescador precisa.
O escultor cinzela a pedra
e a pedra torna-se rosto
mãos e torso, beleza.
O pintor olha para a tela
e da tela nasce o sopro
que anima as figuras.
Deus olhou para o meu esforço
e disse:
regressa
à terra, ao mar,
à pedra, à tela,
e nasce de novo para
o ofício que escolheste
e que ele seja tão claro e evidente
como as uvas na videira
amadurecendo
ao sol lento de Verão,
antes da vindima.
e a terra oferece os seus frutos.
O pescador enfrenta o mar
e o mar devolve o alimento
de que o pescador precisa.
O escultor cinzela a pedra
e a pedra torna-se rosto
mãos e torso, beleza.
O pintor olha para a tela
e da tela nasce o sopro
que anima as figuras.
Deus olhou para o meu esforço
e disse:
regressa
à terra, ao mar,
à pedra, à tela,
e nasce de novo para
o ofício que escolheste
e que ele seja tão claro e evidente
como as uvas na videira
amadurecendo
ao sol lento de Verão,
antes da vindima.
20/01/24
David Bowie
Há um homem
é um homem
é um homem
percorrido pela luz
e sorri
a legenda diz que é a
última foto
última foto
mas todas as imagens
que eu vi a seguir
dele,
sorrindo por dentro
desse diafragma
por onde escapa aquele ritmo
aquele ritmo doido
gritam
aquela não é a última foto
e a imagem
vive agora nos meus dedos,
e nas colunas de som
de todas as discotecas de Berlim
e do mundo,
a imagem vive nessa
bela abstração
a que os gregos um dia
chamaram musiké
a arte das musas
e do céu mais longínquo
do céu mais negro e mais profundo
ele canta
e não é mais a imagem
não é mais a última foto,
esse vislumbre de metamorfose,
é forma além da forma,
som sucedendo-se ao silêncio.
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