Olá de novo,
diz o sacripanta, o infernal, o odioso tirano
desse tempo.
Olá de novo,
olho para ti e do fundo desse temporal
nasce uma acalmia tal
que não podes fazer nada senão sucumbir,
cair como essas folhas mortas pousadas destroçadas sobre a casa.
Olho para ti do fundo desse lago
e o teu rosto é um espesso logro
do qual não vais recuperar, sabes,
um tecido barato, fazenda podre,
espécie de lama desenformada
de onde não despontará nunca nunca vida.
A carta que enviaste está no lixo
e a breve trecho os teus passos
não serão mais do que um eco de uma sombra.
Olá de novo, vem a meus braços,
alegre idiota que pensa saber de cor
a melodia do meu maldito canto.
Não sabes, alegre idiota, e não conheces
a esquina onde te vou emboscar.
Que essa dança que te ofereço não é mais
material do que o último sopro do temporal.
E lá fora tudo se cala, tudo se cose, tudo é mortalha, falha, o mal.