11/12/12

Tabu

Em Tabu, Miguel Gomes recria o método do seu primeiro filme, A Cara que Mereces, sob a asa protectora e de mãos dadas com Wes Anderson, ao mesmo tempo que finge homenagear os clássicos, à maneira de um estudante de cinema aplicado. Tanto que se pode encontrar pontos de contacto entre este filme e O Sangue, de Pedro Costa, sobretudo na segunda parte. O preto e branco de Bresson (e Ozu) em Costa, o de Murnau em Gomes. Falta talvez uma outra espessura e uma sensibilidade dramática mais apurada na primeira metade. A irrisão quase caricatural cai bem mas corre-se o risco do melodrama ensaiado na segunda parte perder intensidade, falhar. Uma obra-prima, como não se tem cansado de repetir meio mundo (o filme tem estado em todas as listas de melhores do ano, até agora)? Estranhamente, Aquele Querido Mês de Agosto foi mais certeiro, surpreendente e deslumbrante.

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