The National - Boxer (2007)
Repara-se primeiro na maravilhosa percussão das músicas, a bateria, maquinal, repetitiva, depois o baixo, e sobre o ritmo assentam as palavras de Matt Berninger, melancolia e desilusão amorosa, numa destilação pura, vintage e grave, perfeita. Se os Joy Division são a banda para a adolescência tardia, os National devem ser a cura para o arrependimento, a banda-sonora ideal para o desencanto da idade adulta. As manhãs de ressaca cada vez piores, os fins de relação cada vez mais penosos, os inícios cada vez mais cínicos. O estado de espírito de uma geração na década dos 30 em forma de álbum, e lá se confirma a ideia da música ser uma abstracção concreta, e não algo de indefinível. Recontextualizemos: não quero que todos os que são desta geração gostem da música dos National; quero apenas que aqueles que eu entendo a entendam. Somos muitos, ou poucos, não interessa, somos os suficientes. E mesmo sem as letras de Berninger, seria sempre um grande álbum.
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